Você Que finge tanto conhecer A dor daqueles que tu Permites sofrer

Você Que de longe parece como nós De perto demonstras que é o algoz Tu vives de ser uma mímica atroz

Fulgor Brilhando em meio à multidão Uma máscara fria, compaixão Sua luz acaba num aperto de mãos

Senhor Por que buscas tanto aceitação? Se não és o que és, desista então Pois não aceitaremos atuação Neste circo vazio de paixão.

Você Que ataca e destrata com prazer Tritura e tortura sem sofrer E mesmo assim diz conhecer Aqueles que você faz morrer

Histrião Vestindo essa máscara de algodão Com esse sorriso feito à mão Sucumba ao inferno que criou O próprio vazio de seu coração

— Corvo